Lucas Melara
8 de abr de 20213 min
Em nosso artigo "Design em Quarentena: O papel do Design Contemporâneo na Pandemia" trouxemos 3 perspectivas do Design desempenhar seus papéis sociais e políticos. Sendo eles: a Inovação Social, Design Ativista e o Design de Transição.
Pudemos observar na teoria como se da o trabalho responsável do designer em tempos de pandemia. E neste artigo traremos algumas análises das iniciativas propostas pelos Designers Difusos que seguiram os ideias expostos em nosso último artigo.
Em "Contemporary Design in Quarantine: a Critical Review of Design Responses to Covid-19 Crisis" de Iana Uliana Perez, Lucas Furio Melara, José Carlos Magro Júnior, Mônica Moura, foram analisados 113 casos baseados em soluções dentro do Design Tradicional (produtos e designer gráfico), cases de Inovação Social com a participação de Designer Experientes e soluções com diferenciação significativa em sua produção ou distribuição.
Durante a pandemia pudemos observar muitas soluções que surgiram para aumentar nossa proteção no dia a dia, como por exemplo as "face shield" - protetor facial em português - e as mais diversas máscaras que foram desenvolvidas neste mesmo período. No estudo citado, os casos de solução de prevenção somam 68% dos casos analisados, sendo 42,5% deles EPIs, como exemplificamos acima.
A comunicação visual representou 14,2% das soluções e o design da informação com 12,4%. Estes dois pontos foram identificadas em todas as categorias e eles são essenciais para a difusão do conhecimento sobre a doença COVID-19. Sua representação é menor porque suas soluções são muito semelhantes e difíceis de categorizar, mas podemos identificá-las através de vídeos de conscientização, imagens gráficas ou manuais do tipo DYU (faça você mesmo) para fabricar produtos de proteção.
As contribuições da arquitetura somam 2,6%, elas foram desenvolvidas para micro residências de pacientes COVID-19 em quarentena e unidades de terapia intensiva de hospitais de emergência. Como exemplo, temos o projeto italiano Unidades Conectadas para Doenças Respiratórias - CURA, que usa contêineres para implantar Unidades de Terapia Intensiva em cidades ao redor do mundo rapidamente.
Fora das categorias apresentadas anteriormente, temos outros produtos que são dispositivos de prevenção de contágio, por exemplo, chaveiro para evitar o uso de mãos nas portas, embalagens de sabonete que indicam o tempo de lavagem das mãos.
Um dado super interessante levantado neste artigo é que 34,5% dos casos analisados foram desenvolvidos no Brasil, seguido por China com 11,5% dos casos de soluções com diferenciação significativa em sua produção ou distribuição.
Os países africanos representam 6,2% dos casos encontrados, sendo os países participantes: Etiópia, Gana, Quênia, Costa do Marfim, Lesoto e Senegal. Neles foram identificadas soluções de prevenção, a maioria deles equipamentos de lavagem das mãos para locais sem água encanada, reflexo de um déficit pré-existente nestes países. Um exemplo, é a criação de um designer difuso ganense: uma pia para lavar as mãos movida a energia solar com um sensor de movimento.
Estes são alguns dos exemplos do trabalho representativo do Design durante a pandemia. A crise do COVID-19 provavelmente terá um impacto profundo na prática e no ensino do design nos próximos anos, reforçando o papel social e político do design e a importância de algumas abordagens como pontuamos no post "Design em Quarentena: O papel do Design Contemporâneo na Pandemia".
Conhece alguma solução que não compartilhamos? Conte para gente nos comentários.
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