Técnicas de branding quando aplicadas ao universo musical e resultam num novo formato de publicidade
A música é uma coisa muito louca, né?
Seja pela sensação de euforia em um show daquela banda que você ama ou aquela choradinha discreta lembrando de algo triste durante uma balada, a música tem o poder de nos fazer levitar ou de nos partir ao meio.
Mas, por que isso acontece?
Basicamente a música pode ser vista como um tipo de ilusão perceptiva, que pode ser percebida mais ou menos da mesma maneira que uma colagem de imagens: o cérebro estrutura e ordena a sequência de sons – assim como faz com as figuras de uma colagem – e cria um sistema de significados inteiramente particular e inédito.
Para que o nosso cérebro considere uma música interessante, ela precisa envolver algum nível de surpresa ou, do contrário, ela se torna emocionalmente vazia. Compositores especializados manipulam a emoção dentro de uma canção, sabendo quais são as expectativas do seu público e controlando quando essas expectativas serão – ou não – atendidas.
É o sucesso dessa manipulação que provoca esse mix de sentimentos causados por músicas marcantes.
E o que o Branding tem a ver com isso?
Todos nós já passamos por uma ou mais ocasiões marcadas por músicas. Esse tipo de situação integra nossa memória auditiva, mesmo que percebamos auditivamente as coisas de modo inconsciente - e isso pode influenciar nossas decisões!
Logo, se misturarmos música com branding, teremos como resultado uma belíssima estratégia de marketing sensorial, onde a música será o principal meio para comunicar emoções, criar vínculos e elos emocionais entre marca e público.
Veja alguns exemplos:
American Express
“Unstaged” é o nome do canal de streaming da American Express para exibir performances em concertos, em grandes projetos musicais. O programa, que começou em 2010, ostenta produções de alta qualidade, com a marca trazendo talentos notáveis de direção para filmar os shows.
Burberry
Desde que pisou na Burberry tornando-se executivo-chefe de criação, Christopher Bailey fez da música parte-chave dos esforços de marketing da marca fashion. Uma das maiores iniciativas com música é o Burberry Acoustic, que ressalta os trabalhos de talentos britânicos emergentes por meio de uma série de vídeos online estilosos.
Oreo
Por que se preocupar em licenciar música se você pode criar seu próprio hit? O diretor de criação da Martin Agency e compositor Dave Muhlenfeld escreveu o hino fofinho “Wonderfilled” que serve como espinha dorsal da primeira grande campanha da marca da Mondelez.
Red Bull
Red Bull não é só para dar energia.
A marca – conhecida por seu marketing criativo e fora da caixa – quer ser uma marca para qualquer ocasião e à vontade em qualquer cenário cultural, seja em casa, misturado com vodka, ou consumido durante um passeio de skate. Então, faz sentido que a marca considere a música parte central de sua identidade. Por mais de uma década, ela tem executado o Red Bull Music Academy, um festival assinado pela marca. A “academia” foca em músicos de todos os gêneros e em estudantes e celebra artistas em alguma grande cidade do mundo a cada ano. O alcance musical da Red Bull é grande o suficiente para ser considerado um peso pesado da indústria. Tem seu próprio selo de música, a Red Bull Records, que trabalha com artistas independentes promissores como Awolnation e Twin Atlantic em oportunidades de parcerias com outras marcas e ajuda a sincronizar uma faixa da Red Bull Records com uma campanha publicitária. A empresa também tem a Red Bull Music Publishing, que possui estúdios, produção, publicação e gestão de direitos.
E aí? Que tal incluir a música na sua estratégia de marketing?
Depois me conta os resultados!
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