Autores:
Lucas Melara, Ana Bia Andrade e Henrique Aquino
Artigo original publicado no Congreso de Enseñanza del Diseño em Buenos Aires
RESUMO:
A presente pesquisa trata da trajetória imagética e iconográfica da artista musical brasileira Rita Lee Jones. O recorte se dá a partir de alguns figurinos, dentre os escolhidos para compor a exposição intitulada ‘FavoRita’. A intenção é ressaltar a relevância comportamental da artista, em consonância com momentos históricos e culturais do país.
Resumo:
Rita Lee Jones nasceu em 31 de dezembro de 1947, na cidade de São Paulo. A ‘Rainha do Rock Brasileiro’ iniciou trajetória artística no grupo Mutantes, convidado por Gilberto Gil para participar da interpretação de ‘Domingo no Parque’, canção composta para o III Festival da Canção Popular, em 1967.
Nos anos 70, Rita integrou o grupo Tutti Frutti, despontando no importante álbum intitulado ‘Fruto Proibido’. Embora nunca tenha mentido sobre fazer uso de álcool e drogas, afirmou ter sido presa por porte de drogas ‘plantadas’ em sua residência. ‘Coincidentemente’, havia lançado um álbum questionando a Ditadura Militar vigente no Brasil.
Neste mesmo período, visitou Caetano Veloso e Gilberto Gil, no exílio, em Londres. No início do século XXI, foi convidada por João Gilberto, ícone da Bossa Nova brasileira, para interpretar, em dupla, "Jou Jou e Balangandãs". Nessa ocasião, Rita já havia iniciado carreira solo, acompanhada por seu companheiro de vida, Roberto de Carvalho. Compôs centenas de músicas, algumas que marcaram carreiras de outros colegas de ofício.
A título de exemplo, ‘Alô, alô Marciano’, tema popularizado na voz de Elis Regina, bem como ‘Bandido Corazón’ consagrado na interpretação de Ney Matogrosso. A trajetória incluiu ativismo e militância em causas femininas e em prol da proteção de animais. Em 2012, Rita Lee decidiu ‘sair de cena’, fazendo shows em algumas capitais brasileiras. Sua carreira foi marcada pela irreverência, expressa também, por meio dos seus figurinos.
O Museu da Imagem e do Som de São Paulo apresentou, em 2021, a exposição ‘FavoRita’, em comemoração aos 70 anos da artista. A expografia contou com figurinos originais e salas temáticas dos álbuns musicais. Destacam-se três figurinos de épocas distintas, a saber, o vestido de noiva de Leila Diniz, o macacão desenhado pelo argentino Patricio Bisso e o traje de Miss Brasil 2000. Rita Lee morreu em 8 de maio de 2023, tendo vivido a ‘mais completa tradução’ do Rock.
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