O cenário atual demanda cada vez mais que o designer assuma um papel ativo como agente de transformação social. Isso vai além da simples comunicação, informação ou desenvolvimento de artefatos, envolvendo aspectos cruciais como sustentabilidade, inovação social e projetos participativos nos campos culturais, econômicos, tecnológicos, da saúde e outros. Especialmente os projetos sociais, na área do Design, buscam propor soluções efetivas para as demandas emergentes ligadas às garantias dos direitos básicos humanos, que devem ser produzidas de modo colaborativo, associando-se necessariamente a determinadas linguagens e áreas de conhecimento.
O papel do designer perante as transformações sociais é elaborado desde a segunda metade do século XX, quando Victor Papanek (1973) apresentou um debate e liderou a discussão do designer enquanto corresponsável pelo desenvolvimento da sociedade. E na contemporaneidade estas questões ganham maior relevância e a Agenda social do design pode contribuir com as necessidades e questionamentos atuais. Em um momento em que as fronteiras do Design se tornam difusas, a Cultura é considerada uma grande aliada para essa transformação urgente necessária. Seja na interpretação das manifestações e expressões culturais de um povo por meio da compreensão da linguagem, quanto na Produção Cultural, aqui entendida pela construção de caminhos estratégicos para viabilizar e salvaguardar essas manifestações e expressões, bem como projetos que popularizem a cultura e promovam a independência das comunidades envolvidas.
Para adentrar no universo da Cultura, em consonância com o Design, faz-se necessário reunir abordagens multidisciplinares, tanto específicas quanto gerais, a fim de compreender tanto o resultado gerado pela expressão cultural como também o campo do processo de criação, desenvolvimento, viabilização e inclusive prestação de contas dessas ações, partindo da premissa que esses projetos envolvem pautas que vão desde o cuidado com a autoestima e proteção dos grupos e comunidades envolvidos, como também viabilidade, resultados, compras, licitações públicas e transparência fiscal. Portanto, nessa multidisciplinaridade, compreende-se a importância das áreas de Produção Gráfica, Design de Mobiliário e Design Editorial, que tratam de questões acerca de suas respectivas linguagens técnicas, enquanto o Design Social, a Gestão em Design e a Sustentabilidade tratam do campo da Metodologia de Projeto, com fundamentações aplicadas.
Compreendendo a natureza da relação entre Design e Cultura, e a importância do Artesanato para a economia brasileira de base comunitária, conclui-se que seja de interesse público a promoção de políticas e projetos culturais com este ecossistema. Os projetos culturais podem ser de linguagens diversas, abordando desde projetos editoriais, desenvolvimento de produtos, projetos de comunicação e identidade visual, oficinas, programas de partilha de conteúdos e os projetos expográficos, foco da presente pesquisa que reúne diversas outras disciplinas rumo à viabilidade.
No epicentro das complexas questões globais que se desenham no horizonte, surge o Design como aliado indispensável na busca por soluções que conduzam à realização da Agenda 2030. Neste manifesto, defendemos a integração estratégica do Design na gestão de projetos de branding, cultura e sustentabilidade como catalisador para transformar comunidades e promover modos de vida sustentáveis. O relógio do tempo avança, e diante de nós está a iminência de uma catástrofe global causada pelas ações irresponsáveis do homem. A urgência é palpável, materializada na crise climática que se desdobra diante dos nossos olhos. É imperativo agir agora, não apenas como indivíduos, mas como comunidades, empresas e organizações pela via da cultura e sustentabilidade.
A Aliança Estratégica: Design, Cultura e Sustentabilidade
No âmago deste manifesto, propomos a construção de uma aliança estratégica entre Design, Cultura e Sustentabilidade. A interseção desses elementos é crucial para promover alternativas de vida e consumo alinhadas com a visão de um planeta em regeneração. A campanha "Design, Cultura e Sustentabilidade" propõe-se a explorar e fortalecer os vínculos entre a construção de marcas e comunidades, tendo como alicerce a riqueza cultural brasileira e a visão do inédito-viável. O Design, nesse contexto, atua como agente transformador, gerando possibilidades concretas para um planeta mais justo e sustentável.
Empresas que buscam adequar suas cadeias produtivas encontram na relação Design e Cultura, uma ferramenta poderosa para a reinvenção de processos e a minimização do impacto social. É hora de repensar, remodelar e reinventar a maneira como produzimos, priorizando a sustentabilidade e a responsabilidade social. Para empresas que desejam estabelecer laços mais estreitos com suas comunidades, o Design e a Cultura oferecem a chave para a construção de relacionamentos autênticos e duradouros. Organizações que almejam ampliar seu impacto social encontram no Design e na Cultura uma linguagem universal capaz de transcender barreiras e unir pessoas em prol de um objetivo comum: a construção de um futuro sustentável.
Neste manifesto, conclamamos à ação coletiva, destacando a importância vital do Design e da Cultura na construção de um mundo mais sustentável. É hora de abraçar a aliança entre Design, Cultura e Sustentabilidade como um guia para o futuro. Empresas, organizações e comunidades, unamo-nos na busca por um planeta regenerado, onde o Design seja o agente de transformação que molda o amanhã que queremos ver. A Agenda 2030 não é um objetivo distante; é um chamado à ação imediata, e o Design é nossa ferramenta para responder a esse chamado. Vamos juntos construir um futuro mais sustentável, justo e resiliente. O momento é agora.
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